terça-feira, 7 de janeiro de 2014

As gangues e a diminuição da violência

A cidade de Nova York conseguiu no ano de 2013 reduzir os assassinatos. A quantidade de mortes por assassinatos em todo o ano foi de 330 pessoas.
Muitos especialistas, de outros países, querem saber como as autoridades novaiorquinas conseguiram tal façanha.

Varias devem ter sido as ações para conseguir tal resultado, mas uma atitude de grande impacto na diminuição de altos índices de violência, é dirigida especialmente aos jovens.

Entender melhor o jovem, como pensam, e assim diminuir a ação das gangues foi um dos passos importantes para reduzir a criminalidade em Nova York.


O jovem, como todo ser humano,  passa por constantes transformações, e nessa idade ele busca o grupo como forma de se firmar socialmente, ser reconhecido no grupo, ser respeitado e atende a ordem de um líder, que é maior de idade.  

As mudanças psicossocial e física, imposta pela passagem da infância para a puberdade, trás angústia, medo, diante dos desafios, escolhas para o futuro. Esta passagem deve ser acompanhada por pessoas adultas, que possam orientar esses jovens, discutir suas emoções, e responsabilidades, diante de tantos conflitos e novas situações.

Os modelos de identificação para a juventude ficaram escassos, talvez por causa de uma crise ética que atinge o mundo adulto. Os pais, em boa parte, já não conseguem acompanhar o desenvolvimento do filho e na escola professores não tem o respeito necessário para ajudar seus alunos a  passar com tranquilidade as turbulências da adolescência.  

O descontentamento com a família, escola,  as instituições em geral e aos valores sociais são o combustível que motivam os jovens e adolescentes a se unirem e se arriscarem.

  Outra mudança que facilitou o aumento da violência foi que  a rua passou a ser palco das ações das gangues. A poucos anos, as proximidades da casa, no bairro, na escola,  era o local da socialização, meninos e meninas se conheciam, brincavam, conversavam.

A rua atualmente,  aparentemente o lugar onde se faz o que quer, como um "espaço neutro", onde valores como a lealdade e amizade são ressaltados, onde predomina a linguagem cifrada, com senhas, códigos   passou a ser o lugar do perigo,   confronto, cooptação de menores para o tráfico e ao enfrentamento das gangues de rua com regras bem claras e rígidas e autoritarismo, ocupada por pessoas pobres e também por jovens de classe média e alta.


As  atuais manifestações dos jovens nos shoppings, chamadas de rolezinhos,  é uma demonstração clara que os jovens estão descontentes  com a situação imposta a eles pela sociedade e governo, que sabem de seu poder de mobilização e manifestação.

Cabe ao governo e autoridades, a mídia,  abrir canais que permitam ouvir as reivindicações dos jovens, trata-los com respeito, como pessoas de direito e compromissos e não apenas com repressão policial.

Os jovens não devem ser vistos como problema e sim como  solução, e podem contribuir para a construção de um pais com mais justiça, basta dar importância a eles, dignidade, mas principalmente acesso aos bens culturais.

 


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