Luiz Fernando Paes
Por que as substancias ilícitas atraem tantos jovens,e como poderíamos diminuir o interesse por elas. Uma reflexão mais apurada nos leva a acreditar que politicas públicas de redução de danos, encarceramento, não estão funcionando, haja visto o aumento de pessoas envolvidas e o altíssimo índice de mortes violentas relacionados direta ou indiretamente com substancias psico ativas
Os três Impérios das drogas: Lícitas(cigarro, álcool), Farmacêutica ( drogas sintéticas como psicotrópicos, codeína morfina)
e ilícitas( tráfico)
Antes usado em rituais, uma forma de se conectar ao divino, cigarro álcool e tantos e tantos outros, hoje incorporou-se como hábito, a partir de crianças de 9 anos de idade.
Talvez uma das das questões mais controversas do enfrentamento ao uso abusivo seja aspectos subjetivos e culturais, alem de econômicos, como que é permitido e o que é proibido, o lícto e o ilícito, discursos a favor e contra as drogas, legalização.
Desde o século XIX, iniciou-se a era da indústria farmacêutica, com a extração do principio ativo de algumas plantas, produzindo, a partir dai, fármacos puros, como morfina, cocaína, cafeína e mescalina, foram isolados e começaram a ser produzidos pelos Estados Unidos, Alemanha e Suiça.
As drogas assumem hoje múltiplos significados, mas o desafio do mundo atual é tentar reverter o fascínio que tais substancias exercem sobre os jovens.
Segundo SUS, sistema único de saúde, 40.692 pessoas morreram no Brasil em decorrência do uso abusivo de drogas ditas lícitas e ilícitas.
Deste total de mortes, 84,9 porcento, foram vítimas do álcool, 11,3 porcento em consequência de doenças relacionadas ao fumo,
e 0,8 por cocaína. Nenhuma morte relatada por maconha.
A questão mais relevante para a educação do pais é que as pessoas que mais são atingidas pela epidemia da droga, é a população pobre, seja pela ausência do estado nas áreas de maior vulnerabilidade, pela falta de politicas sociais para atender as necessidades básicas dessa parcela da população.
Certo é que todos perdem, jovens talentosos, se tornam menos produtivo, que vêem nas drogas fuga ou solução para o enfrentamento de suas frustrações. A droga é realmente, uma sabotadora de sonhos.
Um adicto não se faz da noite para dia, exceção a regra, o caso do crack. Geralmente é o resultado de um processo complexo, uma combinação de fatores, com consequenciais sociais graves, pelo envolvimento do jovem pobre, que para sustentar o vicio,se envolve em crimes, alem do custo com internações, sobrecarregando todo o sistema de saúde.
Estes meninos e meninas tem dificuldade em se adequar as regras. Muitas abandonam a sala de aula.
As escolas sentem-se despreparadas para lidar com esses meninos, este é um fator de exclusão escolar.
Famílias se desesperam ao verem seus filhos envolvidos com a violência que as drogas lhes impõem. Sentem se desprotegidas, impotentes e reféns deste sistema cruel.
As famílias ainda acreditam no poder público para resolver seus problemas.
Uma resposta eficaz para resolver o problema deve vir das varias instituições públicas, bem articuladas sob coordenação dos setores da educação pública.
Ao meu ver, educação, saúde, ação social, conselho tutelar, vara da infância, pesquisador(a) de universidade, devem estar juntos em uma ação conjunta, a partir de um trabalho nas escolas, a começar do ensino infantil, com curso com especialista de cada área, voltado para a prevenção.
Uma atenção especial deve ser dada ao consumo de álcool, por ser a substância de alta toxidade que mais prejudica o desenvolvimento cerebral, também a mais fácil de ser adquirida e a mais aceita socialmente.
O passo mais importante para gerarmos ações que façam frente ao grande desafio que é o enfrentamento ao aumento do consumo de álcool e outras substâncias tóxicas é o reconhecimento de que estamos perdendo nossos jovens adolescentes para as drogas, e não há, praticamente nenhum bairro, mesmo das pequenas cidades, que não tenha um ponto de venda de tais substâncias.
Um enfrentamento direto e corajoso é um grande avanço, pois estamos lidando com nosso maior patrimônio que são nossos jovens e deve haver um diálogo constante com toda a sociedade, não somente quando a vítima é uma pessoa de classe social mais alta ou um parente próximo.