sexta-feira, 24 de maio de 2013

Lucas Mendes: Status no lixo




Gorjeta do carteiro? Confere. Gorjeta do zelador? Confere. Gorjeta do estacionamento? 8 pessoas. Putz! Confere.
Gorjeta do entregador do jornal? Confere. Gorjeta da diarista? Confere. Do engraxate? Confere. Do garçom? Confere.
Gorjeta do lixeiro? Nem vem qui num tem.
O lixeiro é tão ou mais essencial no nosso dia a dia do que a maioria dos que nos servem, mas continua invisível e pouco apreciado. Chama atenção quando faz barulho ou bloqueia a rua com seu caminhão. Então mandamos recados para a mãe dele e fazemos coro de insulto na buzina.
Nova York viveu 200 anos sem eles. Quando os moradores começaram a morrer de doenças contagiosas e intoxicações, foi criado o Departamento de Saneamento Público. Sucesso. Até então, o lixo era entregue aos porcos que viviam soltos na cidade.
A limpeza e o fim do mau cheiro trouxeram alívio e alegria. Os lixeiros foram homenageados num desfile pela Quinta Avenida como fazem hoje com os astronautas, times campeões e outros heróis. Com suas vassouras nos ombros, foram aplaudidos do começo ao fim e não houve arremesso de papel picado das janelas.
Quando o atual prefeito de Nova York disse que era mais perigoso ser lixeiro do que policial, levou cacetadas nos editorais e dos sindicatos, mas quando saiu o relato anual das profissões mais perigosas do país, os lixeiros apareceram em quarto lugar.
A lista varia de ano para ano, mas a coleta de lixo está sempre entre as dez profissões mais perigosas. Lixeiros são vítimas de atropelamentos e produtos tóxicos. Policiais e bombeiros nunca entram na lista das 10 mais perigosas. Estão mais perto das profissões mais seguras do país.
Quantos filhos ou mulheres batem no peito com orgulho para anunciar que o pai ou o marido é lixeiro? A maioria esconde, nos conta a ex-lixeira e antropóloga do lixo, Robin Nagle, que acaba de lançar o livro Picking Up, com um raio-X do lixo e dos lixeiros de Nova York. Ela passou nos testes, viveu o cheiro, os perigos, subiu na carreira, dirigiu os caminhões, enfim, fez de tudo no mundo do lixo durante dois anos.
Com o salário, pagou parte dos estudos e hoje é professora de antropologia e estudos urbanos da New York University, mas nas várias entrevistas informa que limpar o lixo oferece gratificações pessoais mais imediatas do que o magistério. Também tem o posto de "antropóloga residente" no DSNY, Departamento de Saneamento de Nova York.
O salário inicial da universidade é mais alto, mas empatam depois de cinco anos, na faixa de US$ 5 mil por mês (US$ 10 mil). Em ano de furacão e nevascas, com as horas extras, o salário chega a US$ 90 mil. Supervisores estão na faixa de US$ 100 mil ou pouco acima. Só 10% dos americanos ganham mais do que US$ 111 mil por ano e a maioria não têm os benefícios dos lixeiros.
Esta semana, depois de 5 anos, a prefeitura abriu concurso para os "san men", como preferem ser chamados. Há menos do que mil vagas e mais de 32 mil candidatos dispostos a pagar US$ 49 para fazer o teste.
A prefeitura achou que era injusto e sorteou 12 mil nomes para o concurso, entre eles um número recordista de mulheres. No momento, elas são apenas 196 numa força de 7.200 que coleta 10 mil toneladas de lixo residencial por dia e outras 2 mil toneladas de recicláveis.
Quem ficou fora do sorteio protestou. Entre os candidatos, há filhos de lixeiros que se orgulham da profissão e do padrão de vida que receberam dos pais. Ainda são poucos, mas cada vez mais numerosos.
Além das estatísticas, sempre importantes e quase sempre chatas, Robin conta boas histórias, inclusive sobre o vocabulário dos lixeiros. "Mongo", como substantivo, significa o lixo que tanto a população quanto lixeiros levam das ruas para casa. A rigor, o lixo pertence à cidade, mas ninguém foi preso pelo crime. O verbo, to mongo, é a prática de "mongar".
Para os lixeiros, a primavera é "maggot", porque os vermes enchem as lixeiras; "air mail", via aérea, é lixo arremessado do alto pelos preguiçosos que não querem descer e subir escadas. Tentam arremessar os sacos na carroceria do caminhão. Raramente acertam.
Um livro não vai transformar lixeiros em heróis, mas acelera um processo rumo ao respeito e status que merecem. Os "mongadores" não vão encontrar o livro de Robin nas latas de lixo.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

bullying

 Luiz Fernando Paes
 Alguns pais e outros educadores usam a humilhação pública como forma de ensinar ou evitar alguma conduta que se considere inadequada.



 Jennifer A. Leigh, Psy.D., disse à She Knows blogue Parenting. "No entanto, a vergonha pode prejudicar o relacionamento pai-filho. As crianças aprendem rapidamente que não podem confiar em seus pais. 

 A criança precisa se sentir segura e ser capaz de confiar em seus pais. Sem essa segurança e confiança, o cérebro das crianças não crescem e se organizam de forma otimizada. Isso significa que as crianças estão em risco de pensar, de agir e de se comportar de forma prejudicial. "
A Associação Nacional de Psicólogos Escolares, dos Estados Unidos, diz que os pais que descobrem que seu filho pratica o bullying devem adotar medidas ativas para reduzir o comportamento.

 NASP sugere explicar à criança por que o bullying é errado, discutindo alternativas para o comportamento agressivo de role-playing, que estabelece regras sobre esse tipo de comportamento e comunicação de incidentes para os funcionários da escola.

Uma alternativa interessante  é mostrar aquele que pratica o bullying não esta prejudicando somente o outro,  mas a si mesmo, ele frequentemente  não é  bem visto  pelos colegas e a até mesmo considerado um desajustado social.




segunda-feira, 20 de maio de 2013

Quando a criança aprende sobre sexualidade e sexo?

Luiz Fernando Paes
A criança vivencia sua sexualidade, mesmo antes de nascer.
Já experimenta sensações, faz descobertas, como mostram algumas pesquisas, ainda no ventre materno.
Em casa, com todos os seus sentidos, pode interagir, desde os primeiros dias de vida, com as pessoas e objetos a sua volta, demonstrando satisfação ou desaprovação das atitudes dos outros.

Com poucos meses, escolhe em qual colo quer ficar, e define suas preferencias com relação principalmente à comida.
Aos poucos vai aprendendo como lidar com o corpo, com a urina e as fezes.
E uma parte importante de sua sexualidade é a curiosidade pelo corpo, a textura da pele, seus cheiros e neste contexto ela vai aprendendo com a família, de forma mais informal sobre educação sexual.

Quando inserida em um ambiente fora do meio social, como a creche, as  suas experiência se ampliam nas brincadeiras canções, jogos.
Assim, o educador ou educadora, passa ser uma pessoa muito importante para o desenvolvimento da sexualidade de seu educando.

É neste momento que o educador(a) sente a necessidade de buscar mais informações sobre o desenvolvimento infantil, suas fases, e desta forma ele(a) passa a se sentir mais seguro(a) no modo de tratar as questões relativas a temática da sexualidade e do sexo.

Com um pouco de experiência o educador já percebe a importância de não passar seus próprios valores, tabus e preconceitos, privilegiando a importância do prazer de pensar de cada um, e que com informação cientifica, atualizada, cada pessoa é capaz de construir seus próprios conceitos.  

Não quer dizer que o educador vá se tornar um especialista no assunto, mas que por meio de suas atitudes e ações, expresse a sexualidade como algo bom na vida das pessoas e que faz parte do desenvolvimento do ser humano.

As atividades sobre  educação sexual serão  de grande importância para os pequenos  quando integradas ao projeto pedagógico da escola e que passem pelo respeito a si e pelo outro, em uma visão crítica, que   tratem a criança como um ser de direitos.