Luiz Fernando Paes
A vida da e do adolescente é cercada por escolhas, tomadas de posições, que marcarão seu futuro definitivamente.
Quando acontece a gravidez na vida da adolescente, decisões mudarão sua vida. Como encaminhar esta nova situação? Qualquer que seja sua escolha ela lhes trará consequências definitivas como: assumir o filho sozinha; casar com o adolescente ou o aborto; além de todas as implicações familiares; comportamento na turma; na escola; as mudanças em seu corpo e em sua estrutura psíquica .
Por tudo isso, esse assunto diz respeito a nós educadores, preocupados com a formação dos adolescentes e das adolescentes.
É importante refletirmos sobre alguns fatores que aumentam as possibilidades de gravidez inoportuna: diminuição do tabu da virgindade, implicando em menor importância em casar virgem, o ficar e o namoro, na própria turma o que facilita a primeira relação sexual entre os próprios adolescentes, o que até algum tempo atrás, acontecia em prostíbulo.
Auto afirmação no grupo, a busca de identidade e a influência escolar, podem facilitar ou dificultar o desenvolvimento de uma sexualidade saudável, dependendo dos valores que lhes são ensinados em casa, na escola e pelo grupo de amigos .
Escolas mais bem preparadas, que tem como meta autonomia do educando, são espaços onde o adolescente se sente acolhido e seguro, diante de suas dificuldades, anseio e medos, discute e amplia sua visão de mundo, discute tabus e preconceitos, como gravidez e mostra-lhes várias possibilidades de resolver seus conflitos sem desespero.
Outras escolas que se dizem preocupadas com a formação global de seus jovens, mas que podem manter de forma enrustida, ações totalitárias, ignorando a sexualidade de seus estudantes, como se fossem seres assexuados.
A escola que inclui a adolescente e o adolescente determinam-lhes papéis, orienta-os e respeita suas decisões. O faz participante dos acontecimentos da escola como: organizar uma festa comemorativa, produzir um jornal, formar um grêmio estudantil ou um campeonato interclasses, contribui definitivamente para sua formação, reforça sua importância social além da vontade de ser mãe prematuramente.
Assim estaremos ampliando a visão de escola, para além da ciência, gramática ou artes.
Para que isso aconteça na escola é necessário preparar os educadores para que, assim se sintam seguros em lidar com temas e situações ligadas a sexualidade.
Isto pode ser conseguido com curso de capacitação e acompanhamento que não contemple somente o educador, mas envolva toda a comunidade escolar em que ele esta inserido. Desta maneira todos se sentirão integrados e prontos para contribuir aprendizado que os leve a uma sexualidade saudável e no crescimento global do estudante, o que é o objetivo maior dos educadores.
De acordo com as pesquisas, os maiores índices, entre as adolescentes de gravidez inoportuna, estão entre aquelas que abandonam a escola. A escola possibilita a construção de um projeto de vida, onde ser mãe não esta em primeiro plano, enquanto para aquela que não estuda, a maternidade substitui a escola e ser mãe lhe da o status social. Ser mãe é passar para o mundo adulto, ter uma nova identidade, a materna, ser admirada pelas amigas do seu grupo.
É assim que aos poucos, a função materna representa nova possibilidade, em pouco tempo e ocupa o lugar do diploma.
A parceria entre educação e saúde, facilita a aproximação dos adolescentes e das adolescentes aos serviços de saúde, melhorando a comunicação e ao acesso a camisinha e outros métodos anticonceptivos, e às consultas ginecológicas.
As visitas aos centros de saúde colaboram para o aumento da qualidade de vida, da saúde sexual e reprodutiva. Não é incomum vermos funcionários dos centros de saúde interessados em promover este intercâmbio entre escola e os agentes da saúde.
Alguns fatores que diminuem a incidência de gravidez inoportuna: compreender que a gravidez na adolescência não é individual, é um fenômeno complexo que requer atenção multidisciplinar. Envolve a ausência da valorização da cidadã, de seus direitos e compromissos.
Dificuldade de acesso a saúde, a informação e formação, de espaços de discussão.
Garantir a participação da adolescente e do adolescente na vida escolar, não sendo meros espectadores.
Entender que o receio de que se falar sobre o assunto aumenta a incidência de gravidez não é fundamentado cientificamente.
Oficinas para pais, visando diminuir a ausência destes perante a educação dos seus filhos com informações, que ajudarão a entender melhor este fenômeno social.
Evitar idéias estereotipadas sobre as adolescentes e os adolescentes, por exemplo tratando-os como irresponsáveis, pois estes tendem a atender as expectativa dos adultos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Que bom que você visitou o meu blog!
OBRIGADO PELA SUA VISITA.