quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Métodos anticoncepcionais , planejamento familiar


Luiz Fernando Paes

Quando um casal pensa em se relacionar sexualmente, é importante que os dois reflitam em uma forma de se proteger da gravidez inoportuna e na possibilidade de se contaminar com uma doença sexualmente transmissível ou com o vírus HIV, o vírus da AIDS.
Antes de tudo, uma boa conversa com o médico, ou ir ao posto de saúde, pode contribuir para que o relacionamento de vocês se torne tranqüila, além de favorecer uma vida sexual saudável.


Os métodos podem ser temporários ou definitivos:


Métodos temporários:
Neste caso, caso o casal resolva ter filho, basta para de usar o método, e a mulher fica fértil novamente, ou no caso da camisinha, o espermatozóide, por não encontrar barreira, pode chegar até o óvulo e fecunda-lo.

Método temporário natural:
Tabelinha

Este método consiste no casal não ter relação sexual quando a mulher esta fértil, isto é quando ela esta ovulando.

Métodos temporários de barreira:
1. Camisinha masculina, também chamada de preservativo, quando bem usada evita gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.

2. Camisinha feminina
Colocada pela mulher. É feita de um plástico fino e macio que é colocado dentro da vagina antes de cada relação sexual, é descartável como a camisinha masculina. Quando bem usada pode evitar doença sexualmente transmissível e Aids. Aumenta a auto-defesa da mulher, porque não depende do homem para se proteger e protege-lo.

3.Diafragma
Colocada pela mulher, com orientação médica. É uma capa de borracha resistente colocada pela mulher no fundo da vagina, cobrindo o colo do útero. Recomenda-se associar seu uso ao da pomada espermicida aplicado nas bordas do diafragma. Não protege contra doenças, a não ser de colo de útero.
Pode ser reutilizada, quando bem conservada, por mais de um ano.

Método químico

1. Espermicida
Aplicado pela mulher. É uma substância química que mata os espermatozóides. É utilizado junto com a camisinha ou diafragma. Pode ser em gel, espuma, ou comprimido vaginal.


2. Pílula
Em forma de comprimido, deve ser tomada diariamente. As pílulas são hormônios produzidos em laboratório semelhantes àqueles produzidos pelo corpo da mulher. Elas impedem a ovulação, assim evitam a gravidez, mas não as doenças sexualmente transmissíveis.
Devem ser indicadas por medico.

3. Anticoncepcional injetável:
Aplicação injetável no posto de saúde. Impede a ovulação e caso ela ocorra, dificulta a passagem dos espermatozóides dentro do útero, o que o impede de chegar até as tubas uterinas, onde esta o óvulo, esperando-o para ser fecundado, para começar uma nova vida.
O anticoncepcional injetável pode ser aplicado mensalmente, composto de uma combinação de hormônios, ou de um outro tipo, aplicado trimestralmente, produzido a partir de um único hormônio. Ambos usados com orientação médica.

4. Implante subcutâneo
Colocado por medico (a). São bastões muito pequenos, com hormônios, colocados sob a pele do braço. Liberam hormônios que impedem a gravidez por um período de 3 a 5 anos.

5. Pílulas vaginais.
Semelhantes à pílulas tomadas pela boca, estas são colocadas pela mulher, dentro da vagina, liberam uma quantidade de hormônio que impede a ovulação.

6. Anel vaginal
Colocado pela própria mulher. Produzido de silicone, tem hormônios em seu interior, que são liberados por 21 dias, impedindo a ovulação.
iberados por 21 dias, impedindo a ovulaçde umunico a vida.ordas do diafragma. do smissiveis.ibilidade de se contaminar com uma
7. Adesivo transdérmico
Colocado pela mulher sobre a pele, tem o efeito da pílula tomada diariamente. Evita a ovulação. Aplicado um por vez, deve ser trocado semanalmente, durante 3 semanas, seguido de uma semana de pausa.

8. Sistema Intrauterino

Colocado pelo(a) medico(a) dentro do útero, é uma estrutura de plástico em forma de T, contendo hormônios que são liberados em pequenas quantidades, impedindo a ovulação, por um período de 5 anos.
9. DIU, Dispositivo Intrauterino
Colocado pelo(a) medico(a) dentro do útero, é uma estrutura de plástico em forma de T, não contem hormônios, possui um pequeno filamento de fio de cobre que impede a passagem dos espermatozóides. Duração por um período de 5 anos.




Métodos Definitivos

Não possibilita uma nova gravidez.
1. Laqueadura
Método cirúrgico de ligadura das tubas uterinas ( sistema reprodutor feminino), que impede que os espermatozóides,já dentro do útero, se encontrem com o óvulo, fecundando-o( concepção).
Praticamente irreversível.




2. Vasectomia

Método cirúrgico de ligação dos ductos (canais) deferentes ( sistema reprodutor do homem), que são interrompidos na bolsa escrotal, acima dos testículos, impedindo-os assim, de chegar a vesícula seminal e se juntar ao sêmen ou esperma. O homem solta o esperma sem os espermatozóide, o que o impede de fecundar um óvulo.
É importante o casal saber que a vasectomia é um método cirúrgico seguro, bem menos complicado do que a laqueadura e que não diminui o desejo sexual.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A auto estima dos pais de nossos estudantes


Luiz Fernando Paes
A escola pode ajudar os estudantes a valorizar a profissão de seus pais ou responsáveis.

Quando observamos um prédio magnífico em uma bela avenida, podemos lembrar que um grande arquiteto(a) projetou aquela bela obra e que um engenheiro executou-a , mas poucos se lembram que foi um operação que transformou o que estava em um papel em uma obra de arte. Quem já tentou colocar um tijolo sobre o outro com uma porção de massa sabe o quanto é difícil tal tarefa, construir uma parede reta, as medidas... imaginem então um edifício de 20 andares, em dias de um forte calor a tarefa se torna mais árdua.

Podemos perceber o desespero de uma mãe quando a empregada domestica é avisa que ter que faltar ao serviço.

Algumas vezes escutamos no meio da noite um barulho de caminhão, vindo da rua, que nos é familiar, é nosso lixo sendo triturado pelo caminhão, até em dias de chuva. E ai podemos pensar como é bom ter alguém que cuidada de todo aquele resíduo que descartamos todos os dias em nossas casas.

Em todos os lugares estão pessoas que nos ajudam a viver melhor, sem que nos demos conta, só nos lembramos destas pessoas quando as coisas não funcionam.

Quando um filme termina podemos observar quantos trabalhadores estão na listagem, logo depois da apresentação do nome dos atores e atrizes que participaram daquela produção.
Discutir com os alunos sobre o valor das profissões dos pais, a importância de cada profissão e o respeito que devemos ter com elas, valoriza-os, fortalece os vínculos da família com a escola, pode fazer toda diferença no cotidiano escolar.











quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Professores essas pessoas “iluminados”

Luiz fernando Paes

A profissão de professor é desafiante e desgastante, mas por que ainda existem professores?

É interessante observar que o educador supera suas dificuldades e mantém uma vida digna.

Não é obra do acaso, quando uma pessoa escolhe essa profissão.

O professor sabe que não será fácil, mas como uma conspiração a seu favor, a energia divina que perpassa o universo, quase um fenômeno inexplicável, consegue realizar coisas que muitos outros profissionais, com salário superior não conseguem, como dar uma boa educação a seu filhos, ter casa própria. Sabe aproveitar as oportunidades que vida lhe oferece e organiza satisfatoriamente sua vida financeira e familiar.



E o nosso reconhecimento social?



Nossos alunos não gostam muito de algumas coisas que temos para dizer por que?

Ensinamos que para ser valorizado na vida precisa se reconhecer como uma pessoa de direito, que convive com outras pessoas de direito e estar junto dos outros impõem limites ao nosso modo de viver e reconhecer o mundo.

Ensinamos que temos que aprender que muitas vezes precisamos fazer o que não gostamos, pelo bem do outro e nosso também.

Ensinamos que temos de ter paciência para chegar onde queremos e que é preciso de uma boa estratégia para isso, que não inclua, usar ou prejudicar outras pessoas.

Ensinamos que para atingir nossos objetivos é necessário muita dedicação, perseverança e tempo.

Ensinamos que o estudo é uma ferramenta preciosa para crescer como ser humano, mas é preciso disciplina e concentração para poder aprender.

Ensinamos que não se pode ter tudo na vida, em nossas escolhas teremos que abrir mão de algumas coisas, ter prioridades e lidar com frustrações como parte natural da vida e que alguns sofrimentos teremos de encarar, outros poderemos evitar.

Entendemos que parte do não reconhecimento de nossa importância profissional vem do fato que nossa profissão busca humanizar, denunciar e combater a injustiça, o culto ao consumismo.

Defendemos uma postura contraria ao capitalismo selvagem e por isso somos ridicularizados pelos meios de comunicação, a figura do professor na mídia é de um personagem estereotipado, chatos, muitas vezes inoportuno, afinal, a forma como contribuímos para formação crítica das pessoas incomoda quem tem por objetivo único o lucro.



Sabemos que a tarefa é árdua, mas a confiança de que contribuímos para construir um mundo mais ético e solidário, para pessoas que muitas vezes, tem apenas no professor (a), a esperança de um futuro mais digno e promissor, e que no espaço da escola ainda é possível sonhar com mais justiça social.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Viver é uma grande aventura

Viver é uma aventura boa e um grande desafio. A inteligência humana impõe grandes possibilidades de construir, mudar, transformar os espaços. Interagir com outros seres vivos e com objetos o com o ambiente.



O ser humano é o único ser vivo que sabe que existe e com a maturidade aprende a ter consciência disso.



Essa consciência de sua existência gera uma satisfação em estar vivo e ao mesmo tempo angustia de lidar com a perda daqueles a qual ama.



Assim a criança vai ter que lidar com as frustrações das perdas durante seu desenvolvimento e o adulto deve saber que, mesmo sendo criança, ela terá muitos momentos de tristeza frente às dúvidas da vida e precisa do acompanhamento de um adulto para entender e superar suas dificuldades para entender o mundo e a complexidade que envolve a existência humana.





A preocupação exagerada com as perdas pode causar desconforto emocional e um sofrimento, que necessitara ajuda de um profissional da saúde.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Difícil conciliação: gravidez X escola



20/ 01/ 2005 - AGÊNCIA ANDI


Enquanto aumenta o número de casos de
 gestação entre adolescentes, faltam
 políticas públicas que estimulem
 permanência de jovens mães nas salas
de aula
Existe uma associação entre gravidez
precoce, baixa escolaridade e baixa renda.
As adolescentes grávidas estão concen-
tradas nas famílias que ganham até um
salário mínimo mensal. Muitas estão fora
da escola antes de engravidarem e, se
isso ocorre, as chances de seguirem o
caminho da educação formal são
cada vez mais reduzidas.
Embora algumas vejam na gravidez
uma possibilidade de melhorar de vida,
na realidade há uma continuidade
no ciclo de pobreza. São
necessárias políticas públicas e
também a participação da comuni-
dade no apoio às jovens mães.
O número de adolescentes e jovens
 brasileiras grávidas é hoje 2% maior
do que na última década; as meninas
de 10 a 20 anos respondem por
25% dos partos feitos no País,
segundo o Ministério da Saúde.
 Esse quadro ajuda a engros-
sar o índice de evasão escolar
no Brasil, principalmente porque
não existem programas que
visem apoiar jovens grávidas
e mães a seguirem nos estudos.
Uma pesquisa do Departamento
de Pediatria do Hospital Univer-
sitário de Brasília, que durante
quatro anos acompanhou 425
grávidas de 13 a 19 anos do
Distrito Federal e do Entorno,
mostra que apenas 37,5%
continuaram na escola durante
a gravidez. Os motivos que
levam 62,5% a deixarem de
estudar são mal-estar, vergonha
ou desestímulo. Os dados são de 2003.
Gestação incômoda
Quando engravidam, muitas adoles-
centes se sentem pressionadas a
 sair da escola porque são sub-
metidas a constrangimentos dos
diretores, professores, colegas
e pais dos colegas. Alguns pais
dessas meninas contribuem decisi-
vamente para esse abandono ao
 preferirem esconder a situação
“vexatória” da gravidez de sua
filha, aponta a ONG Sempreviva
Organização Feminista (SOF).
No estudo do HUB, do total de
 jovens gestantes que pararam
de estudar, menos de 40%
retornaram à escola após o
nascimento do bebê. Isso
ocorre, de modo geral, porque
 elas não contam com serviços
públicos, como creches, que
poderiam cuidar dos seus filhos
no horário das aulas. Além
disso, assumem a responsa-
bilidade dos afazeres domésticos.
 Outro fator, que atinge também
os garotos, é trocar a escola
pelo trabalho para poder sustentar
a criança.
De acordo com o Dossiê Ado-
lescentes: Saúde Sexual, Saúde
 Reprodutiva, que levantou
informações em Salvador,
Rio de Janeiro e Porto Alegre,
 das moças que tiveram filho
antes dos 20 anos, 25%
pararam de estudar tempo-
rariamente e 17,3% definitivamente.
Mas 42,1% já se encontravam
 fora da escola quando engravidaram.
Baixa renda agrava evasão escolar
Entre as adolescentes mais pobres
 – com renda familiar de um quarto
 do salário mínimo – são quase
nulas as chances de concluírem
 o segundo grau após o nascimen-
to de um filho. Em relação à
escolaridade, o estudo do HUB
 mostrou que 65,5% dessas
meninas tinham o ensino funda-
mental incompleto, assim como
48,5% dos pais das crianças.
Em 1997, a ONG Sempreviva
 já tinha dados que relacionavam
 gravidez na adolescência e
baixo índice de escolaridade.
Conforme a entidade, entre as
meninas que tiveram um filho
antes dos 20 anos, apenas
23% haviam estudado além da
oitava série; esse número cresce
para 44% quando se trata de
adolescentes que nunca
engravidaram. Ou seja, as
meninas que se tornam mães
terão menor qualificação e,
portanto, menos chances
de competir num mercado de
trabalho cada vez mais
exigente e com menos ofertas.
A evasão escolar pode
aumentar se a jovem tiver
mais de uma gravidez.
Mulheres que geram o
primeiro filho mais cedo,
geralmente, acabam tendo
outros. De acordo com o
Levantamento Mundial de
Fertilidade realizado no final
da década de 1980 pela
Organização Mundial de
Saúde, em 27 dos 29
países abrangidos, mulheres
que se casavam com 22 anos
ou mais tinham, em média,
0,5 filho a menos do que as
que se casavam aos 18 ou 19
anos. Quatro entre dez mães
adolescentes têm o segundo
filho antes de o primeiro fazer
 três anos (dados da SOF de 1997).
Educação sexual
A educação sexual nas escolas,
associada a programas de saúde, é
 uma medida eficaz de prevenção
à gravidez precoce. Segundo o
artigo Gravidez na Adolescência:
dimensões do problema, da
pesquisadora Maria Waldenez
de Oliveira, especialista em Educação
Comunitária da Universidade Federal
de São Carlos, para que a
educação possa efetivamente
contribuir para a redução desse tipo
de gravidez é preciso debater,
dentro e fora das escolas, temas
como sexismo, igualdade de gênero,
diversidade étnica, romper o este-
reótipo de mulher objeto, paternidade,
violência sexual e mercado de
trabalho para jovens pais.
Na educação formal, ainda é preciso
ampliar a discussão sobre a neces-
sidade de a educação sexual integrar
 o currículo. A especialista
alerta que, considerando a baixa
taxa de escolaridade das mulheres
no País, esses espaços de
orientação podem ser encontrados
 na própria comunidade onde
estão as adolescentes de nível
socioeconômico e de escolaridade
 baixo. Maria Waldenez sugere
que as próprias garotas podem
 se tornar promotoras de saúde
 em programas educativos
voltados à modificação do
quadro de gravidez nessa faixa etária.
Baixa renda
Há forte correlação entre as taxas
de gravidez juvenil e as baixas taxas
 de escolarização e de renda. Em 2001,
entre as jovens de 11 a 19 anos que
 tiveram filhos, 81,2% estavam fora
 da escola e sua renda média familiar
 per capita era de meio salário mínimo.
 Já para as que não tiveram filho,
a renda média era de 1,21 salário
mínimo, conforme o Projeto
Juventude, do Instituto Cidadania.
Famílias que ganham até um
salário mínimo per capita concen-
tram 65% das adolescentes
grávidas indica outra pesquisa,
Juventudes e Sexualidade, da Unesco.
"As meninas que estão na escola têm
 melhor qualidade de vida, auto-estima
 elevada e um maior controle sobre
sua vida sexual e reprodutiva,
retardando a gravidez", afirma o
 especialista em segurança alimentar
 e integrante do Comitê Permanente
de Nutrição da ONU, Flávio Valente.
Ele explica que a mulher só está
madura para dar à luz do ponto de
vista biológico, em média três anos
após a menarca (primeira menstruação),
 porque ainda está em crescimento.
 Como há uma tendência de menarca
 tardia entre as meninas desnutridas
 na infância e na adolescência, se elas
engravidarem são maiores os riscos de
 prejuízo no desenvolvimento da mãe
 e do filho. “Uma melhor nutrição não
 reduz diretamente a gravidez precoce,
 mas protege tanto a mãe como
o feto no caso de uma gestação
na adolescência. Uma boa nutrição,
associada a uma maior auto-estima,
pode colaborar para a redução da
gravidez precoce”, diz o especialista.
Políticas de educação
O Ministério da Educação não
tem nenhum programa específico
para mães adolescentes, segundo
informou sua assessoria de
comunicação. Algumas ações
do MEC têm recortes de gênero,
mas não atendem as estudantes mães.
Orientação sexual e questões de
gênero fazem parte agora de um
projeto piloto para formação
de professores da rede pública.
O projeto, que também inclui
aspectos relacionados à raça/etnia,
começa por cinco capitais do Brasil.
 A iniciativa é da Secretaria
Especial de Políticas para as
Mulheres (SPM), em parceria
 com o Ministério da Educação,
 Secretaria Especial de Promoção
da Igualdade Racial e Conselho
Britânico.
A capacitação tem início na
1ª Oficina Internacional de
Educação, Gênero e Raça,
que será realizada de 30 de
novembro a 1º de dezembro,
 em Brasília, com especialistas
 do Brasil e do Reino Unido.
 No evento, serão conhecidas
 também experiências bem
sucedidas de escolas públicas
de ambas as nações e de políticas

 de gênero, raça e inclusão no
ensino, além de trabalhos de
ONGs e de núcleos universitários.
Desejo de ser mãe
Segundo o médico psiquiatra Jairo
Bouer, muitas vezes a gravidez é
desejada pelas meninas de baixa
renda, por enxergarem aí a possi-
bilidade de uma melhora de status.
“As adolescentes que optam por
 engravidar visualizam a possibi-
lidade de construir uma família,
já que, em muitos casos,
vêm de famílias que estavam
destruídas por problemas sociais.
 Mas não é verdade. Os namo-
rados nem sempre assumem a
 paternidade, a menina encontra
dificuldades para estudar, traba-
lhar e cuidar da criança.
Isso faz com que o ciclo de pobre-
za continue”, explica Bouer.
Buscas de solução
Para Jairo Bouer, poderiam ser
criadas algumas alternativas para
 estimular a permanência na
escola de meninas grávidas e mães:
-Flexibilização de faltas para as
mães adolescentes;
-Classe de recuperação ou aulas
 de apoio para as adolescentes
 grávidas;
-Trabalho psicológico com as
 meninas grávidas e os colegas
da sala de aula;
-Apoio de um berçário perto,
 ou dentro, da escola.
Prevenção no currículo
O Governo do Distrito Federal
lançou em setembro o Projeto
Saúde e Prevenção nas Esco-
las Públicas do DF, que a
princípio vai atingir 14 unidades
 de ensino. Uma delas é o
Centro Educacional 6, de
Taguatinga, que já desenvolve
 um programa de educação
sexual com alunos e pais
desde 2001. O diretor Edílson
 Rodrigues afirma que, com
esse trabalho, houve uma
queda no número de
estudantes grávidas. Em
2002, a escola teve 50
casos de gravidez; em
2004, apenas três.
Adolescentes participativos
A ONG Reprolatina Soluções
 Inovadoras em Saúde Sexual
 Reprodutiva, de Campinas
 (SP), trabalha pelos
direitos sexuais e reprodutivos
 dos adolescentes. O objetivo
 é desenvolver no jovem
autonomia para tomar decisões.
 Como ela faz isso?
A presidente da ONG,
Margarita Diaz, explica
que a entidade tem duas
 linhas de ação: com
 prevenção e com apoio
 à adolescente grávida
e ao garoto que será pai.
A ONG mantém Centros
de Capacitação para a
aolescentes, educadores
 e agentes de saúde que
 atuam em escolas,
comunidades e postos de
saúde. As jovens mães
participam de um programa
 de prevenção a uma nova
 gravidez indesejada.
“Geralmente a garota
grávida passa pelo
serviço de saúde e não
recebe informações de
 métodos contraceptivos,
 tendo uma segunda e
até uma terceira gestação
 ainda nessa fase de
adolescente”, enfatiza
 Margarita Diaz. Segundo
 ela, muitas vezes o inter-
valo entre essas
gestações é menor que
dois anos, o que pode t
razer prejuízos à saúde.
Esses Centros de Capacitação
 estão presentes em cidades
do Acre, Amapá, Goiás,
 Minas Gerais, Paraná e
São Paulo. A ONG também
atua na Bolívia e no Chile
e mantém o portal Vivendo
 a Adolescência
 (http://www.adolescencia.org.br/),
que é bastante procurado
 nessa área, com mais de
500 mil visitas desde sua
criação e com respostas a
mais de 8 mil perguntas
sobre saúde e sexualidade.




















quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Escola e a Violência


Luiz Fernando Paes


Existe realmente uma separação entre espaço público e o privado?
Qual o limite de cada um desses espaços?
Será a cultura da individualismo que gera violência ou é a violência que gera individualismo?

Podemos pensar em público e privado dentro de uma casa? E no planeta como as pessoas vêem essas diferenças?

Um país deve se ocupar somente de seus desafios ou as preocupações que deterioram o planeta devem ser pensados em conjunto, pois são de responsabilidade de todos, como a degradação ambiental, crises econômicas mundiais?

Usando a lógica que o problema de uma cidade é de todos e que as soluções devem envolver todo o coletivo.

As soluções encontradas para diminuir a violência contemplam medidas individuais ou de pequenos grupos, como por exemplo, as cidades se transformam em ilhas, rodeadas de muros, os condomínios fechados que, como na idade média, os senhores feudais se fecham em seus castelos magníficos.

Nesta mentalidade individualista, o espaço público é de todos, mas ninguém cuida, não é um lugar prestigiado, pode se fazer dele o que quiser jogar lixo, quebrar. Enquanto que o espaço privado é valorizado, conservado.

A cidade do primeiro mundo ainda valoriza os espaços coletivos: preferência aos pedestres no transito, respeito aos ciclistas, muitos quilômetros de ciclovias, transporte público de altíssima qualidade, prédios públicos muito bem conservados, escolas do governo de alto nível. Não existe escola para rico, escola para pobre, hospital bem equipado para rico, e hospital para pobres.

O que é mais triste neste pais: o que é público e tem qualidade é ocupado por pessoas de alto poder aquisitivo, como universidades hospitais de referencia.

Neste contexto, a violência toma contornos sutis, onde aquele que pode pagar mais tem privilégios e sente mais protegido, e usam de seu prestigio para morar em lugares onde o poder público esta mais presente, como policiamento das ruas, limpeza publica, entre outros.
Assim algumas pessoas se fazem diferentes pela sua forma de vestir, morar, estilo de vida, num mundo a parte onde conviver com a diversidade não faz parte de seus princípios. Todos somos iguais, mais alguns são mais “iguais “ que os outros.





quarta-feira, 7 de setembro de 2011

ESPORTE, EDUCAÇÃO E POLÍTICA.



    Luiz Fernando Paes
A importância dada pelos órgãos federais, a falta de uma política voltada para a promoção do esporte dentro da escola deveria ser olhada  com atenção.

Quando observamos a quem são destinados o dinheiro públicos  para o esporte, vindo de empresas federais como Petrobrás, Caixa Econômica Federal,Banco do Brasil e entre outras, sabemos que o esporte profissional é que se beneficia de todos os recursos.

Provavelmente o governo faz isso pensando nos dividendos políticos que o esporte profissional trás, via mídia, a sua imagem. Esta forma de pensar não atende aos interesses do esporte no Brasil e de tantos professores de educação física no Brasil que acreditam ser o esporte um grande promotor do crescimento do ser humano, e as escolas um celeiro de grandes talentos.

Nos paises desenvolvidos o investimento em esportes nas escolas e universidades, representa  o sucesso de seus estudantes em várias modalidades e em muitas competições nacionais e internacionais.

A cultura do esporte em nossas escolas,  pode melhorar muito com mais investimentos, e até como forma de melhorar o rendimento escolar.

O planejamento para o esporte nos próximos anos está bem comprometido com a copa do mundo de 2014 e as olimpíadas de 2016. Neste sentidos vão ser  destinados recursos financeiros imensos, construção de estádios para mais de 40.000 pessoas, como é o caso de Manaus, onde o público que vai aos  estádios não chega a 2.000. 

É de se perguntar e o esporte de base os bairros mais carentes, tão necessitados de  esporte, lazer e cultura?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Economia e educação


Luiz Fernando Paes
Vivemos um bom momento na economia. 
As condições parecem propicias para a realização das aspirações dos brasileiros, como melhoria das condições de vida de todos.
Porém em uma análise mais realista, nos tem preocupado com o exagero nos números e a percepção que a classe política esta tirando muitos dividendos políticos da situação, empresários aproveitam para aumentar seus lucros.
Isto nos faz refletir uma coisa; por acaso a pessoas mais maduras  já não viram este filme no passado?
Por exemplo, os 50 anos em 5 da era JK, o milagre econômico, do governo militar.
Não podemos achar que as coisas resolverão por si, que o momento mais favorável da economia será o suficiente para instaurar uma situação de desenvolvimento para todos nós.
Esta é a oportunidade, talvez única, para fazermos da educação a ferramenta para um desenvolvimento sustentável. Como? Conhecermos aqueles candidatos que pensam a educação como algo favorável à construção de um país mais humano e digno, não apenas com  estatísticas para ser usado para a eleição ou reeleição.
Simplesmente podemos deixar estes “ventos favoráveis nos encaminhar a um porto seguro,  ou continuarmos a deriva, rumo as tempestades, nos colocando como instrumentos para salvar os países ricos. 
Seremos sempre o país da esperança, onde tudo parece que vai mudar, mas nunca muda e 
onde a lógica parece ser: devemos mudar as coisas desde que essa mudança seja para que as coisas continuem como sempre foram?

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Gravidez planejada, precoce, indesejada ou inoportuna:verdade,mito ou tabu?


Luiz Fernando Paes

Há uma grande indefinição quando se refere a gravidez, talvez pela falta de um estudo mais completo ou uma reflexão do que leva uma mulher a engravidar.
A gravidez toma contornos ainda mais imprecisos quando se trata da gravidez na adolescência.
Apenas uma vez uma estudante adolescente disse me que planejava uma gravidez com o namorado. O namorado e ela conversaram sobre o assunto, pensaram nas conseqüências de uma gravidez nas condições em que estavam, e assumiram as responsabilidades pertinentes à paternidade e maternidade naquele memento da vida.
Este fenômeno tão complexo tem mostrado que é muito difícil precisar o que faz com que as meninas engravidem em uma período de vida em que seria de descobrir e explorar o mundo, estudar, passear, conhecer pessoas novas.
Nem mesmo definir o termo para uma gravidez das meninas é tarefa fácil:
Quando a gravidez da menina é chamada de precoce, esta denominação não contempla a realidade de vida das famílias cujas mães também tiveram seus filhos ao treze ou quatorze anos, e tratam a gravidez na tenra idade como algo comum entre as mulheres da família.
Falar em gravidez indesejada demanda de uma complexidade considerável, visto que ser impossível mensurar o desejo feminino de ser mãe, diante da subjetividade de tal situação, via interpretação sociológica, antropológica, psicológica ou biológica.
Onde se encontra o desejo de ser mãe? Mesmo uma menina que diz que não gostaria de ser mãe e fica perplexa ao saber que esta grávida, pode ter desejado esta gravidez inconscientemente.
E vale a pergunta: quantas mulheres planejaram sua gravidez?
Quando nos referimos a gravidez como inoportuna talvez alcancemos uma maior possibilidade de ampliar a discussão, mas temos que fazer a pergunta: a gravidez é inoportuna para quem? Para a adolescente, a família ou para a sociedade?

A gravidez e a educação familiar

Como educar os filhos para que tenham uma vida sexual prazerosa e responsável.
Não se trata de educar os filhos para dizerem não ou sim ao sexo, nem os meninos, nem meninas. Mas para que eles saibam que, na hora do sim, eles é que serão responsáveis por isso, por cuidar de si e do parceiro. Ensina-los que sexo é uma das melhores coisas da vida. Mas como tudo na vida, tem o compromisso com a responsabilidade pela liberdade, assumir conseqüências.
Ensiná-los a serem responsáveis pelos seus atos e assumir na prática, conversar com o companheiro, explicar a importância de se relacionar com alguém que lhe respeite, não se expor a riscos e violências.
É importante proporcionar condições aos filhos para que façam escolhas que contribuam para seu amadurecimento e das pessoas com quem eles se envolvam.
E os meninos? Porque nenhuma mãe ou pai explica ao filho que ele também tem o direito de dizer não? Que ele, assim como as meninas, não precisam fazer sexo para provar alguma coisa? Que eles também tem obrigação de se cuidar e se respeitar? A partir do momento em que se ensina a uma menino que o valor de um homem não é medido pela quantidade de meninas que ele consegue, dá para esperar que ele aprenda a dizer não.

Gravidez e gênero

As preocupações relacionadas a gravidez geralmente estão voltadas às meninas. Comumente são elas responsabilizas ou "culpadas" quando o assunto é gravidez. Falta aos meninos mais atenção nesse sentido. Eles são estimulados a conquistar o maior numero de meninas, mas quando alguma coisa não vai bem em seus relacionamentos, ficam apavorados e confusos , sem saber como lidar com a situação.
Uma questão importante é referente aos dados do IBGE mais recentes, demonstram que os jovens são as principais vitima da violência, a maior causa de morte destes meninos. Com uma expectativa tão curta de vida, eles esperam engravidar suas namoradas o mais rápido possível, na esperança de terem a continuidade de sua vida nesta criança.

As meninas são educadas diferentes dos meninos. Elas ainda não se sentem preparadas para dizer não quando os meninos querem fazer sexo sem camisinha ou cedem a pressão dos meninos, mesmo sem estarem dispostas ao relacionamento sexual.
Uma outra questão importante é o fato, de alguns pais forneceram camisinha ao filho, e nunca fala a menina sobre sexo ou leva-a a uma visita ao ginecologista.

Construção da identidade

Gravidez também pode ser explicada como uma das formas de meninas e meninos tentarem ser reconhecidos como adultos e terem um espaço na sociedade.
A informação quanto aos métodos anticoncepcionais não basta para diminuir a incidência desse problema.
Acompanhamento de cada jovem pela família, pela escola, ou por programas de institucionais (centro de saúde, assistência social), contribui para que o jovem se sinta mais “fortalecido” na hora de fazer suas escolhas.

A gravidez não acontece somente nas classes sociais mais humildes

Um tabu comum diz que muitas dessas adolescentes que engravidam vivem em uma família desestruturada onde não encontram carinho.
O fenômeno da gravidez aparece mais nas classes sociais onde as meninas por razões religiosas e sociais, acabam na maioria das vezes, assumindo a gravidez com a ajuda da família. Nas classes sociais mais privilegiadas, a família exerce forte pressão para que não prossiga a gravidez,e os dados nunca são revelados sobre estas meninas,já que elas não são encaminhadas para o serviço público e sim para clinicas particulares, o que dificulta o acesso aos dados sobre elas.

Atração pelo risco, curiosidade sobre o ato sexual e preocupação se seu corpo pode engravidar
O excesso de valorização da sexualidade nas crianças, prática essa que se intensificou com os programas para o público infantil no Brasil no final dos anos 89 e nos anos 90, deixou suas marcas naquela geração de crianças e nas futuras.
Falta de maturidade para assumir que esta tendo uma vida sexual
Por mais que o sexo seja tratado como um assunto comum na atualidade, repressão, o medo dos familiares, faz com que muitos adolescentes tenham uma vida sexual clandestina. Não assumindo sua vida sexual, também não assumem os cuidados necessário para que tenham qualidade e saúde sexual.
Ainda a muito que se estudar sobre as questões da gravidez na adolescência, por se tratar de um fenômeno que envolve muitas causas e demanda politicas públicas voltadas para os jovens e a contribuição das famílias e da sociedade.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Qual o papel de cada um?


  Luiz Fernando Paes
Qual é o papel de cada um. Pais questionam a respeito das tarefas ou do rendimento dos filhos ou ainda da postura do professor, mas poucos  assumem a tarefa de ensinarem a seus filhos que a postura do professor  ou da escola é necessária e que a conduta do professor não  é para agradar a todos, que mesmo querendo ter um bom relacionamento com ele,o que é possível de acontecer, mas é a postura profissional que deve prevalecer, por ser o professor um adulto e preparado para desempenhar sua função. 
 Um trabalho eficiente demanda apoio de todos, e  é necessária que o filho, mesmo não aceitando com facilidade, precisa  envolver-se com o trabalho escolar, assim como o estudante deve ser ouvido e incentivado a expor seu ponto de vista. 
Sem o aval dos pais ou responsáveis fica difícil um aprendizagem produtiva, onde o estudante pode aproveitar do apoio incondicional de seus pais, para justificar  sua falta de compromisso com seu estudos, afinal de contas aprender da trabalho, requer tempo e dedicação que nem sempre ele esta disposto a  dedicar.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Freinet

Célestim Freinet
Apresento hoje uma cópia na integra de um texto de Márcio Ferrari, muito interessante e didático publicado no site da Escola da Abril: O educador francês desenvolveu atividades hoje comuns, como as aulas-passeio e jornal classe, e criou um projeto de escola moderna e democrática
01/07/2011 20:52
Texto Márcio Ferrari

Foto: Freinet se identificava com a corrente da Escola Nova, anti-conservadora
Freinet se identificava com a corrente da Escola Nova, anti-conservadora

Frases de Célestin Freinet:

"A democracia de amanhã se prepara na democracia da escola"

"Se não encontrarmos respostas adequadas a todas as questões sobre educação, continuaremos a forjar almas de escravos em nossos filhos"


Célestin Freinet nasceu em 1896 em Gars, povoado na região da Provence, sul da França. Foi pastor de rebanhos antes de começar a cursar o magistério. Lutou na Primeira Guerra Mundial em 1914, quando os gases tóxicos do campo de batalha afetaram seus pulmões para o resto da vida. Em 1920, começou a lecionar na aldeia de Bar-sur-Loup, onde pôs em prática alguns de seus principais experimentos, como a aula-passeio e o livro da vida. Em 1925, filiou-se ao Partido Comunista Francês. Dois anos depois, fundou a Cooperativa do Ensino Leigo, para desenvolvimento e intercâmbio de novos instrumentos pedagógicos. Em 1928, já casado com Élise Freinet (que se tornaria sua parceira e divulgadora), mudou-se para Saint-Paul de Vence, iniciando intensa atividade. Cinco anos depois, foi exonerado do cargo de professor. Em 1935, o casal Freinet construiu uma escola própria em Vence. Durante a Segunda Guerra, o educador foi preso e adoeceu num campo de concentração alemão. Libertado depois de um ano, aderiu à resistência francesa ao nazismo. Recobrada a paz, Freinet reorganizou a escola e a cooperativa em Vence. Em 1956, liderou a vitoriosa campanha 25 Alunos por Classe.
No ano seguinte, os seguidores de Freinet fundaram a Federação Internacional dos Movimentos da Escola Moderna (Fimem), que hoje reúne educadores de cerca de 40 países. Freinet morreu em 1966.

Muitos dos conceitos e atividades escolares idealizados pelo pedagogo francês Célestin Freinet se tornaram tão difundidos que há educadores que os utilizam sem nunca ter ouvido falar no autor. É o caso das aulas-passeio (ou estudos de campo), dos cantinhos pedagógicos e da troca de correspondência entre escolas. Não é necessário conhecer a fundo a obra de Freinet para fazer bom uso desses recursos, mas entender a teoria que motivou sua criação deverá possibilitar sua aplicação integrada e torná-los mais férteis.

Freinet se inscreve, historicamente, entre os educadores identificados com a corrente da Escola Nova, que, nas primeiras décadas do século 20, se insurgiu contra o ensino tradicionalista, centrado no professor e na cultura enciclopédica, propondo em seu lugar uma educação ativa em torno do aluno. O pedagogo francês somou ao ideário dos escolanovistas uma visão marxista e popular tanto da organização da rede de ensino como do aprendizado em si. "Freinet sempre acreditou que é preciso transformar a escola por dentro, pois é exatamente ali que se manifestam as contradições sociais", diz Rosa Maria Whitaker Sampaio, coordenadora do pólo São Paulo da Federação Internacional dos Movimentos da Escola Moderna (Fimem), que congrega seguidores de Freinet.

Na teoria do educador francês, o trabalho e a cooperação vêm em primeiro plano, a ponto de ele defender, em contraste com outros pedagogos, incluindo os da Escola Nova, que "não é o jogo que é natural da criança, mas sim o trabalho". Seu objetivo declarado é criar uma "escola do povo".

Importância do êxito

Não foi por acaso que Freinet criou uma pedagogia do trabalho. Para ele, a atividade é o que orienta a prática escolar e o objetivo final da educação é formar cidadãos para o trabalho livre e criativo, capaz de dominar e transformar o meio e emancipar quem o exerce. Um dos deveres do professor, segundo Freinet, é criar uma atmosfera laboriosa na escola, de modo a estimular as crianças a fazer experiências, procurar respostas para suas necessidades e inquietações, ajudando e sendo ajudadas por seus colegas e buscando no professor alguém que organize o trabalho.

Outra função primordial do professor, segundo Freinet, é colaborar ao máximo para o êxito de todos os alunos. Diferentemente da maioria dos pedagogos modernos, o educador francês não via valor didático no erro. Ele acreditava que o fracasso desequilibra e desmotiva o aluno, por isso o professor deve ajudá-lo a superar o erro. "Freinet descobriu que a forma mais profunda de aprendizado é o envolvimento afetivo", diz Rosa Sampaio.

Ao lado da pedagogia do trabalho e da pedagogia do êxito, Freinet propôs, finalmente, uma pedagogia do bom senso, pela qual a aprendizagem resulta de uma relação dialética entre ação e pensamento, ou teoria e prática. O professor se pauta por uma atitude orientada tanto pela psicologia quanto pela pedagogia - assim, o histórico pessoal do aluno interage com os conhecimentos novos e essa relação constrói seu futuro na sociedade.

Livre expressão

Esse aspecto muito particular que atribuía ao aprendizado de cada criança é a razão de Freinet não ter criado um método pedagógico rígido, nem uma teoria propriamente científica. Mesmo assim, seu entendimento sobre os mecanismos do aprendizado mereceu elogios do biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), cuja teoria do conhecimento se baseou em minuciosa observação científica.

Freinet dedicou a vida a elaborar técnicas de ensino que funcionam como canais da livre expressão e da atividade cooperativa, com o objetivo de criar uma nova educação. Lançou-se a essa tarefa por considerar a escola de seu tempo uma instituição alienada da vida e da família, feita de dogmas e de acumulação estéril de informação - e, além disso, em geral a serviço apenas das elites. "Freinet colocou professor e alunos no mesmo nível de igualdade e camaradagem", diz Rosa Sampaio. O educador não se opunha, porém, às aulas teóricas. A primeira das novas técnicas didáticas desenvolvidas por Freinet foi a aula-passeio, que nasceu justamente da observação de que as crianças para quem lecionava, que se comportavam tão vividamente quando ao ar livre, pareciam desinteressadas dentro da escola. Uma segunda criação célebre, a imprensa na escola, respondeu à necessidade de eliminar a distância entre alunos e professores e de trazer para a classe a vida "lá fora". "É necessário fazer nossos filhos viver em república desde a escola", escreveu Freinet.

A pedagogia de Freinet se fundamenta em quatro eixos: a cooperação (para construir o conhecimento comunitariamente), a comunicação (para formalizá-lo, transmiti-lo e divulgá-lo), a documentação, com o chamado livro da vida (para registro diário dos fatos históricos), e a afetividade (como vínculo entre as pessoas e delas com o conhecimento).

Cooperação sim, manuais não

Com a intenção de propor uma reforma geral no ensino francês, Freinet reuniu suas experiências didáticas num sistema que denominou Escola Moderna. Entre as principais "técnicas Freinet" estão a correspondência entre escolas (para que os alunos possam não apenas escrever, mas ser lidos), os jornais de classe (mural, falado e impresso), o texto livre (nascido do estímulo para que os alunos registrem por escrito suas idéias, vivências e histórias), a cooperativa escolar, o contato freqüente com os pais (Freinet defendia que a escola deveria ser extensão da família) e os planos de trabalho. O pedagogo era contrário ao uso de manuais em sala de aula, sobretudo as cartilhas, por considerá-los genéricos e alheios às necessidades de expressão das crianças. Defendia que os alunos fossem em busca do conhecimento de que necessitassem em bibliotecas (que deveriam existir na própria escola) e que confeccionassem fichários de consulta e de autocorreção (para exercícios de Matemática, por exemplo). Para Freinet, todo conhecimento é fruto do que chamou de tateamento experimental - a atividade de formular hipóteses e testar sua validade - e cabe à escola proporcionar essa possibilidade a toda criança.

Para pensar

A utilização de técnicas desenvolvidas por Freinet, em particular as aulas-passeio e os cantinhos temáticos na sala de aula, não significam por si só que o professor adotou uma prática freinetiana. É preciso lembrar que o educador francês criou tais recursos para atingir um objetivo maior, que é o despertar, nas crianças, de uma consciência de seu meio, incluindo os aspectos sociais, e de sua história. Quando você promove atividades em sua escola, costuma ter consciência de como elas se inserem num plano pedagógico mais amplo?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O desafio do mundo moderno


Luiz  Fernando Paes

Vislumbrar um mundo novo onde a tecnologias resolveria nossos principais problemas de ordem material , social ou educacional, logo se mostrou uma utopia.  
Quanto mais ocorrem os avanços tecnológicos, principalmente no processamento de dados, mais complexo ficam  o mundo e as relações humanas.
Houve avanços, mas  estes geraram muitos desafios que estão longe de chegar a uma solução ideal.
Com relação  à educação, o acesso  aos dispositivos de comunicação e de dados, como o que mais se popularizou, o celular com conectividade a internet, cria nos usuários, principalmente estudantes, uma sensação de  aquisição de conhecimento que fica superficial e não atende a suas reais necessidades, que fica apenas na informação rasa, sem comprometimento com um saber  estruturado e coeso.
No mundo atual, a tecnologia tem sido mais um aparato de controle sobre a vida das pessoas do que propriamente sobre a essência de sua liberdade e desenvolvimento de uma consciência coletiva, a serviço de um ser humano mais solidário e preparado para resolver os desafios  da atualidade.
A responsabilidade da escola é  essencial no que diz respeito a ensinar as crianças, adolescentes e mesmo adultos, como selecionar informações, sites, para que  elas realmente sejam útil a sua vida.
Mais do que em tempos anteriores a internet, os adolescentes precisam de ajuda para suas escolhas. Um exemplo claro disso é que no convívio com os estudantes, uma pergunta que faço sempre é qual sua fonte de informação sobre sexo.
 A resposta é rápida de grande parte deles: Internet via filme pornô, que antes acontecia de forma bem reduzida e limitada por algumas fotos, visto por poucas pessoas por ser de difícil acesso, como ir até a banca e pagar.
Hoje há um impacto muito grande, pois em pouco tempo a indústria de filmes eróticos se apropriou desse mercado milionário, colocando uma variedade imensa de material, mesmo de parafilia, que com um clique na tecla, de milésimos de segundos, coloca uma quantidade imensa de comportamentos sexuais,que em pouco tempo atrás na história, era inimaginável .
A importância da  preocupação com esse tipo de material na formação de crianças e jovens é que seu desenvolvimento intelectual não tem a maturidade para entender as cenas de sexo explicito, não só entre pessoas, mas de uma gama infinita de variações, onde o sexo comum, tradicional, tornou-se desinteressante para a maioria delas.
O compromisso da indústria pornográfica é bem claro e a quem ela serve todos sabemos.
Nossa preocupação é qual o significado do sexo  é transmitido para os jovens nestes filmes, principalmente como a mulher é tratada neste  contexto e em qual palco se encena  o que deveria ser uma riqueza da vivência sexual que pode haver  entre as pessoas quando o sexo é tratado de forma responsável.
Não podemos dizer que  o que é ensinado e aprendido nessas cenas,  visto  por jovens  e até mesmo crianças, seja aquele desejado por pessoas que almejam um mundo onde as relações humanas sejam comprometidas com a felicidade do outro, com seu bem estar e respeito mútuo.   
 Pensar que sem orientação de um adulto responsável, vão se preparar os pequeninos e jovens para uma sexualidade saudável é um engano.
Se os pais se acham despreparados para atender as demandas educacionais de seus filhos e a escola acredita que não é sua função orientar seus alunos para além dos muros da escola, quem educará  esses seres humanos para a vida?  Afinal de quem é a bola?